luiz marfuz
Interpretado pelo ator Hilton Cobra, com direção de Fernanda Júlia (do Grupo Nata de teatro, da Bahia) e dramaturgia de Luiz Marfuz, o espetáculo propõe uma imersão na contribuição da obra do provocativo escritor, celebrando os 135 anos de seu nascimento, os 15 anos da Cia dos Comuns e os 40 anos de carreira artística de seu fundador e diretor Hilton Cobra.O texto fictício tem início logo após a morte de Lima Barreto, quando os eugenistas exigem a exumação do seu cadáver para uma autópsia e para esclarecer “como um cérebro inferior poderia ter produzido tantas obras literárias - romances, crônicas, contos, ensaios e outros alfarrábios - se o privilégio da arte nobre e da boa escrita é das raças superiores? ” A partir desse embate com os eugenistas a peça mostra as várias facetas da personalidade e da genialidade de Lima Barreto, sua vida, família, a loucura, o alcoolismo, sua convivência com a pobreza, sua obra não reconhecida, racismo, suas lembranças e tristezas.
A narrativa ganha força com trechos dos filmes “Homo Sapiens 1900” e “Arquitetura da Destruição” – ambos cedidos gentilmente pelo cineasta sueco Peter Cohen. O cenário, de Marcio Meirelles – um verdadeiro manifesto de palavras, contribui para a força cênica juntamente com o figurino de Biza Vianna, a luz de Jorginho de Carvalho e Valmyr Ferreira, a música de Jarbas Bittencourt, a direção de vídeo do cineasta David Aynnan e a direção de movimentos do coreógrafo Zebrinha. O ator Lázaro Ramos – amigo e admirador do trabalho de Cobra, e também os atores Frank Menezes, Harildo Deda, Hebe Alves, Rui Manthur e Stephane Bourgade emprestam suas vozes para a leitura em off de textos de apoio à cena.
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